quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O Suicídio - Émile Durkhein

Émile Durkhein em momento reflexivo

   Durkhein já começa a ganhar pontos comigo por usar dados científicos e quantitativos, baseados em pesquisas (muitas vezes feitas por ele próprio) para elaborar sua teoria que poderia ter apenas caráter qualitativo - mas talvez não o mesmo valor. 

   Pontua novamente por nascer em família tradicional judaica, sofrer fortes influências de um padre católico, e virar ateu. 

   Mas o que vale ressaltar é importância desse estudo para a atualidade.
Hoje o suicídio tem motivos específicos, certo? "Ela pediu divórcio", "Fiz por devoção à minha pátria", "O mundo vai acabar", enfim, cada suicida tem suas próprias "desculpas" para optar partir desta para uma melhor (?), e para nós, hoje isso é bastante natural. Não o ato suicida, mas saber que existem motivos e tudo mais.

   Mas antes da teoria funcionalista de Durkhein, esse pensamento não existia. O fenômeno era encarado como individual, e só. Não se tinha ideia de quais grupos de pessoas estavam mais vulneráveis, quais eram os principais motivos e qual a grande diferença entre esses motivos, devidamente estudados e nomeados por Durkhein posteriormente.

   Reza a lenda que nosso querido E. D. iniciou tais estudos após o suicídio de um amigo próximo, e por isso nomeou o 1º tipo de suicídio egoísta, pois foi assim que ele encarou a atitude do amigão. O suicida egoísta possui vínculos tão fracos com a sociedade, que para ele a morte vem a ser o fim do sofrimento que essa solidão causa. É o caso dos divorciados, comprovados quantitativamente (olha a importâcia de pesquisas com números!) que o número de suicídios é maior entre eles e os solteiros, do que entre os casados e com filhos.

   Porém o oposto também ocorre: indivíduos extremamente ligados à sociedade cometem suicídio para o benefício desta, ou quando se sentem oprimidos por ela. Estes Émile chamou de suicidas altruístas.
   Na época exemplificou com os Kamikazes da 2ª Guerra Mundial e a prática do Sati, na cultura Hindu. Podemos sugerir como exemplos contemporâneos os Homens-Bomba, o atentado do 11 de setembro e o suicídio coletivo de Jonestown. O último, principalmente, me causou fortes enjôos durante minha pesquisa.

Suicídio coletivo de Jonestown


Atentado Kamikaze


"Desnecessita" legenda

   E por último, mas não menos importante, temos o suicídio Anômico, observado principalmente quando a sociedade enfrenta algum tipo de desordem, seja política, econômica ou social, ou ainda quando o indivíduo não aceita as normas propostas pela sociedade atual, e antecipa sua partida para o além procurando fugir dessa realidade ou mesmo protestar contra ela, como no caso dos monges budistas que atearam fogo no próprio corpo em protesto contra a política de perseguição religiosa da época.
   Porém o exemplo visível (e novamente numérico) desse tipo de suicídio é no aumento considerável de suicídios durante grandes crises econômicas, onde ricos ficam pobres da noite pro dia, e com medo de comer miojo por uma semana sequer, fogem enquanto podem. 

Monge budista em protesto silêncioso (mas fedorendo, narraram os presentes)

   Foi devido à essa fantástica classificação, que parece bastante compreensível hoje, mas que pra época foi uma enorme revolução de conceitos, que a Psicologia e as demais ciências de apoio psíquico ao homem puderam elaborar tratamentos e intervenções eficazes para a prevenção do suicídio. Prevenção parece coisa de doença física, né? Mas não achei outra palavra..

   Só lembrando que nunca havia escrito nada aqui de caráter acadêmico. Geralmente são pensamentos meus sobre coisas que vivo, leio, ouço, vejo, enfim. Mas recentemente fiz um trabalho simples para a faculdade sobre a obra do Suicídio, de Émile Durkhein, e nas minhas pesquisas achei coisas interessantes que gostaria de compartilhar. Sequer li a obra original. Tudo o que disse são conclusões superficiais, baseadas em resumos superficiais, que peguei na internet, não tão superficial assim.

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